terça-feira, 23 de setembro de 2014

Surpreende nte mente

   trata mento mente
fu gaz mente
   brumas passageiras
   atrasadas
   e retratadas

   e... aquela voz...so mente
   voraz
   devora dor a
   avisos de mor ados
e amor da çados

dispo me sob o olhar 
   vaga mente
na tua boca
   in delicada mente
   beijos machu cados
e des nu dados

   
DESEJADOS
.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

contra versos de mel


controvérsias
contra as conversas
as nossas

como se as palavras, divididas em sílabas se devorassem

protelar
pro meu lar
protestos no ar
os meus

como se os gritos, em notas soltas, agudas ou graves, se ultrapassassem

as minhas frases, a minha voz, o meu canto e desencanto
preenchimento dos meus dias
salpicados por ti,
agora que chegaste com um sorriso delicioso,
um toque como uma agulha, de acupunctura, que me cura e desperta
chegaste e fizeste-me sorrir

não sei se quero, se posso, se devo!...
mas o mel que envolve esta controvérsia, que protela a minha acção,
escorre na minha pele como uma carícia 
que me penetra o coração
gosto!


terça-feira, 11 de março de 2014

Aniversário para não esquecer e para não lembrar


Um ano depois da voz sangrar 
Um ano passou mas não há celebração 
Há ruídos no chão que agora é pisado 
No chão que agora se esmaga para que não possa ser mais pisado

Um ano depois que, pontualmente, se vê aquela cicatriz 
Um ano passou sobre esse memorial 
Há cores negras de um momento ímpar 
Nos olhos que agora não querem ver mais

Um ano depois de suportar a dor do bater do coração 
Um ano que pela primeira vez daquela boca se ouviram gritos de dores

Hemorragia em que a esperança se esvaiu

Um ano de história fechado

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

viver arquitectamente




viver é...
... um acto arquitectado

viver é... 
subir e descer... descer e subir... 
observar e se expôr... 
construir e desconstruir... 
arruinar e refazer... 

erguer e preservar... 
restaurar e desfazer... 

inspirar... é... viver!

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

DISCURSO MÚLTIPLO: FUGAZ, AUDAZ E... EM PAZ




- correste para mim e... Passaste por mim
festejaste-me e depois...
rasgaste-me as feridas
fugaz

- olhaste para mim e... Esclareceste-me

registaste-me/te e depois...
agarraste-me os sentidos
audaz

- desfiz-me em cinzas e... Procurei-me

cozi-me das chagas e depois...
descolei-me do solo
refaz

{e cicatrizo-me! sou capaz}

{e recebo-te e dou-me! és sagaz}
{e persisto no prazer! em paz}



segunda-feira, 19 de agosto de 2013




hoje senti que a minha alma me procurava
hoje deixo que me pegues e tomes como tua
hoje ouço o teu gemer, o teu som de conquistador
e entrego-me

ontem chorei aquela ausência da nossa mistura

ontem despejei a saudade em rios manchados de noite
ontem rasguei o equilibrio e reconstruí o caos
e olhámo-nos

amanhã correrei para o aconchego que me chama

amanhã levantar-me-ei devagar mas sem parar
amanhã agarrarei a tua mão, sem apertar, só para te sentir
e viveremos

hoje recupero da dor d'ontem e preparo-me para a vida d'amanhã

acompanhas-me?

AS VIDAS SÃO RIOS DE PALAVRAS




As vidas vivem-se intersectadas
Com os sons que emitimos
Segmentos de prazer e de dor
Corações verbais que guardam sensações

As vidas vivem-se paralelas
Mas vivem-se com os cheiros que se escolhem
Odores perfumados das memórias de prazer
ou podres de arrependimento e de raiva

As vidas vivem-se perpendiculares
Correntes apressadas que arrastam valores
Secantes no círculo da amizade
Gotas de mel ou de fel

As vidas vivem-se distantes,
Mas vivem-se com as cores que escolhemos
Paletas quentes de almas que não ferem
ou frias como as almas infelizes, arrependidas

As vidas vivem-se com as palavras que dizemos
As vidas cortam-se com as palavras imprudentes, como barragens

As vidas sorriem com as palavras de corações felizes

A vida é um rio que corre com as palavras

Escolhe o leito do teu rio e...
Deixa as tuas águas beijarem margens macias, brancas
Abre o teu coração para que se inunde de sol

Porque os dias comunicam-se [também] pela escrita