sexta-feira, 21 de junho de 2013

HOJE, de um passado presente por viver


Hoje acordei com a cabeça noutra cama!
Tacteei os lençóis, húmidos
Abri os olhos
[e… não tinha saído deste lugar]

Hoje não estavas dentro de mim!
Revirei as artérias, redobradas
Fechei os olhos
[e … senti a lava quente nas minhas pernas]

Hoje fugi desta cidade amarela!
Passou por mim o alcatrão viscoso
Iniciei a marcha
[e… o meu corpo ainda estava envelopado no teu]

Hoje procurei o cálice no âmago da vontade!
Os vidros sulcaram luxúrias neste ventre
Revivi cada passo
[e… caíram-me aos pés os nossos anéis, ensopados]

Hoje esqueci de me regressar!
os arquivos esfumaram-se entre os folhos das horas
energizei esta viagem e segurei o punho da mala

[e… fiquei… pelo que ainda não lhes escrevi]

quinta-feira, 20 de junho de 2013

felizices e ressurreirices

noticia-se sacanices perpetuadas em sinapses infelizentes
puxados os ventos que trancaram os pores de sol vermelhos
chegam quietos os flocos de conversa fiadante

nem mais um minuto de criatividade, e
nem mais uma linha para perfurar a casca ignorante da nulidade

limpiante

pilhados os tesoiros tiquetados quando mal despontavam
agarrados os cabelos, finos, como xisto, lisos e podres
emaranhados nos outros, dourados, falecentes, perpetuando a agonia

encerra-se um livro sem ser lido o final que falta escritadar
ainda?

ocante
pobrecente

brilhos multicores envolvem o círculo e afogam em risadices
forçadas
sentidas
a bolsa de sangue fresco que não desistiu, apesar de tudo, de ressurreirar

resistesice afiante!