quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

DISCURSO MÚLTIPLO: FUGAZ, AUDAZ E... EM PAZ




- correste para mim e... Passaste por mim
festejaste-me e depois...
rasgaste-me as feridas
fugaz

- olhaste para mim e... Esclareceste-me

registaste-me/te e depois...
agarraste-me os sentidos
audaz

- desfiz-me em cinzas e... Procurei-me

cozi-me das chagas e depois...
descolei-me do solo
refaz

{e cicatrizo-me! sou capaz}

{e recebo-te e dou-me! és sagaz}
{e persisto no prazer! em paz}



segunda-feira, 19 de agosto de 2013




hoje senti que a minha alma me procurava
hoje deixo que me pegues e tomes como tua
hoje ouço o teu gemer, o teu som de conquistador
e entrego-me

ontem chorei aquela ausência da nossa mistura

ontem despejei a saudade em rios manchados de noite
ontem rasguei o equilibrio e reconstruí o caos
e olhámo-nos

amanhã correrei para o aconchego que me chama

amanhã levantar-me-ei devagar mas sem parar
amanhã agarrarei a tua mão, sem apertar, só para te sentir
e viveremos

hoje recupero da dor d'ontem e preparo-me para a vida d'amanhã

acompanhas-me?

AS VIDAS SÃO RIOS DE PALAVRAS




As vidas vivem-se intersectadas
Com os sons que emitimos
Segmentos de prazer e de dor
Corações verbais que guardam sensações

As vidas vivem-se paralelas
Mas vivem-se com os cheiros que se escolhem
Odores perfumados das memórias de prazer
ou podres de arrependimento e de raiva

As vidas vivem-se perpendiculares
Correntes apressadas que arrastam valores
Secantes no círculo da amizade
Gotas de mel ou de fel

As vidas vivem-se distantes,
Mas vivem-se com as cores que escolhemos
Paletas quentes de almas que não ferem
ou frias como as almas infelizes, arrependidas

As vidas vivem-se com as palavras que dizemos
As vidas cortam-se com as palavras imprudentes, como barragens

As vidas sorriem com as palavras de corações felizes

A vida é um rio que corre com as palavras

Escolhe o leito do teu rio e...
Deixa as tuas águas beijarem margens macias, brancas
Abre o teu coração para que se inunde de sol

Porque os dias comunicam-se [também] pela escrita

quinta-feira, 18 de julho de 2013

OS NOSSOS PONTOS NOS IS


espreguicei-me

tropecei em ti

corri

descobriste-me no meio da multidão

revirei os olhos
sorri


esperei o momento (in)certo
agarrei no teu braço e desatámos a correr
fugimos
caí



às tantas as palavras não nos chegaram
e aconchegámo-nos como duas metades
colámo-nos devagar e depressa
escorregámos até ao chão
enrubesci



e abri os meus olhos
e tu mergulhaste neles 
desculpando-te que fazem lembrar o infinito
mordi

neste intervalo acusei o medo

insististe em provocar-me
estremeci

olhei-me no espelho que nos testemunhou

renasci

renovaste-me

sexta-feira, 12 de julho de 2013

CATREFADAS DE NADA.........


Uma catrefada de [des]ILUSÕES
Uma vida cheia de ansejos
Uma cabeça sobrelotada de desejos
Um coração transbordante de sonhos
e as mãos?
 sem tanto poderem agarrar ou largar

Uma catrefada de [in]RAZÕES
Um caderno pintado de anotações
Um cérebro cansado de pensamentos
Uma alma demissionária de vida
e os pés?
 cambaleantes sem poderem avançar ou parar

Uma catrefada de [a]MORALISMOS
Uma consciência afónica de tanto gritar
Uma boca retraída pelas vozes falsas
Um corpo seco pelas hemorrogias do infortúnio
e os olhos?
 fechados por não deslumbrarem um horizonte

e toca… 
e caminha… 
e vê… 
e não lhe basta!

sexta-feira, 21 de junho de 2013

HOJE, de um passado presente por viver


Hoje acordei com a cabeça noutra cama!
Tacteei os lençóis, húmidos
Abri os olhos
[e… não tinha saído deste lugar]

Hoje não estavas dentro de mim!
Revirei as artérias, redobradas
Fechei os olhos
[e … senti a lava quente nas minhas pernas]

Hoje fugi desta cidade amarela!
Passou por mim o alcatrão viscoso
Iniciei a marcha
[e… o meu corpo ainda estava envelopado no teu]

Hoje procurei o cálice no âmago da vontade!
Os vidros sulcaram luxúrias neste ventre
Revivi cada passo
[e… caíram-me aos pés os nossos anéis, ensopados]

Hoje esqueci de me regressar!
os arquivos esfumaram-se entre os folhos das horas
energizei esta viagem e segurei o punho da mala

[e… fiquei… pelo que ainda não lhes escrevi]

quinta-feira, 20 de junho de 2013

felizices e ressurreirices

noticia-se sacanices perpetuadas em sinapses infelizentes
puxados os ventos que trancaram os pores de sol vermelhos
chegam quietos os flocos de conversa fiadante

nem mais um minuto de criatividade, e
nem mais uma linha para perfurar a casca ignorante da nulidade

limpiante

pilhados os tesoiros tiquetados quando mal despontavam
agarrados os cabelos, finos, como xisto, lisos e podres
emaranhados nos outros, dourados, falecentes, perpetuando a agonia

encerra-se um livro sem ser lido o final que falta escritadar
ainda?

ocante
pobrecente

brilhos multicores envolvem o círculo e afogam em risadices
forçadas
sentidas
a bolsa de sangue fresco que não desistiu, apesar de tudo, de ressurreirar

resistesice afiante!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

~~§~ ATÍPICA ~§~~



escrevi-me de vida,
 de momentos percorridos 
nas distâncias íntimas
com a voracidade inanimada da fome,
na procura de reservas profícuas
e,
exposta ao desafio,
devoraram-me por muito e quase nada!


sobrevoaram olhares sobre este nado-atípico,
ímpar reflexo de ser,
em pensamentos masturbados por sons da vida,
forçados ou libertadores e 
vividos em espasmos,
respigaram-me do silêncio desiludido
e
semearam-me na planície despida!
procuraram no legado das renúncias

no verso das folhas cortadas,
até chegarem ao ser marcado na íris


num momento solto escutei esse olhar
emergido num instante reencontrado.
redimi-me ao senti-lo chegar
e
preencheu o atípico lugar despido, vivo.
vagueou no preâmbulo ainda inconsciente
e
flutuámos em danças lunares

mas
num registo derrocador
subiu neblina cerrada
a cegar este azul anilado,
e... 
escalpei o meu ventre, 
que pariu um eco profundo,
raspado dos ventrículos purpúreos.
agarrei-me com os dedos gelados 
na iminência do impacto irreversível  
e
no momento vertiginoso,
resgataste-me do remoinho incessante, 
consumidor de voz

permiti-me respirar
persistência por um sonho,
este sonho
e
por mais momentos... 
atípicos!

.


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

O VOO DAS MARIPOSAS


Naquele dia de primavera 
as Mariposas voavam 
e prenderam-se nos meus cabelos

Salpicaram de cores os meus olhos 
e desapareceram sob a minha pele
Senti o seu bater de asas pelo meu corpo
aceleraram o pulsar do meu coração

E como num primeiro voo, 
a inexperiência atrapalhou as acrobacias
E um dia as mariposas, moribundas, 
estavam prestes a desistir,
não viam o céu, só soturna escuridão…

A tempestade amainou 
e veio uma brisa de palavras, 
um calor de sol falado
E pela minha pele translúcida 
as mariposas moribundas escutaram aquele calor
Reanimaram-se num suspiro profundo

E hoje voltei a sentir 
o veludo das suas asas coloridas a abrir, suavemente, como q a medo…
Fez-se um breve silêncio, 
depois um alvoroço dentro do meu corpo

- As borboletas não morreram! Voltaram a voar

E as suas cores voltaram a pintar 
o céu da minha boca

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

MEL e MALAGUETAS



Na noite
que me dispo e te mancho da minha pele
Transfusão de sentimentos, de desejos e vaidades
E corremos no mesmo lugar, para a mesma meta, 
para um sempre iniciar de vida

Durante a noite
misturo mel e malaguetas
Mastigamos bagas venenosas se assim se quer a paixão
E subimos em uníssono na música que se toca nos nossos instrumentos

Vem a madrugada
e os teus abraços não escasseiam
Beijos em meio de sonhos, beijos de boca e de pele
E remexemos o nosso espaço de estreia e de vontades, ocupamos um só lugar

Nasce outro dia,
mais um dia, acrescenta-se mais um acordar
És tu que me seguras, me abanas e me acicatas nesta existência incipiente
E por cada dia mais, por cada pulsação mais, por cada aventura mais, vamos envolvendo nestes dias as nossas vidas!


VIAJO



Furta-me

são os pés dormentes de querer fugir e não saber como

A madrugada acorda e os cortes no peito inquietam os sonhos

[os pesadelos…

Cativa-me

Sentir sem saber como sobreviver à incoerência dessas sensações

O sol quer aquecer, mas há uma cortina de poeira densa entre nós

[dentro de ti

Eleva-me

O peso da dor da incerteza funde o ser com o chão e o mar que enche e deixa vazio

As marés de água doce amargaram, e nem sabem a sal, são apenas líquidos viscosos

[são mortais

...
Renasço

Cometo o acto de me recriar e de deixar ir, para recuperar da fúria da ruptura

Contrario manhãs e rios e confesso-me como uma vela içada que saboreia o vento

[e eu viajo...


E furto-me a pesadelos, cativo o calor interior, elevo o ser sobre o sentir e sobrevivo… sempre!


terça-feira, 22 de janeiro de 2013

IMO




Improvável

Impróprio

Impasse




Improvável encontro

Impróprio momento

Impasse de avançar




Improvável  precipitação e constrangimento

Impróprio imbuído de excitação

Impasse em calar ou deixar avançar




Importante


IMO